
Para quem não conhece Curitiba, aqui existem pessoas peculiares assim como em qualquer outro lugar do mundo. Na foto pedalando sua fiel companheira segue o Oil-man. Existe qualquer coisa de insano no que ele faz e isso causa o estranhamento dos outros que se acham normais. O dia pode ser aquele frio sofrível e ele esta lá, atravessando a rua, sempre vestindo uma sunga e besuntado com óleo (dizem ser a receita secreta ainda não patenteada pela Jhonson & jhonson). O Oil-man um verdadeiro super-herói, um animal social que nas horas vagas faz cover do Elvis. Pra quem conheçe algum amigo fãs de Elvis sabe que todos são loucos a "dar com pau". A onipresença dessa figura urbana que quase se transformou em lenda urbana após tantas tentativas de sobreviver junto ao trânsito dos carros curitibanos, me faz imaginar sua rotina. Acorda e veste uma das inumeras sungas. Prepara um ovo frito o qual o óleo quente respinga na pele deixando aquela bolas vermelhas. Vai ao banheiro se olha no espelho amarrando seu cabelo afim de que não atrapalhe a tarefa de passar o óleo. Dentro de um desse galões de gasolina tira a quantia necessária para espalhar pelo corpo cinquentão. Vai a garagem e no espaço criado pela ausência de um automóvel esta sua bicicleta. Enche os pneus. Sai pelas ruas num trajeto planejado que circule pela cidade de forma coêrente para que não falte ao seu compromisso diário de ser visto. Pedalando em alguns trechos e outros andando empurrando a bicicleta como um estandarte do homem e sua grande invenção, a roda e o equilibrio. E calmo caminha entre todos, distribuindo cumprimentos e olhares reciprocos. O que pensa ele sobre nós?
De qualquer modo ao fundo da foto, fugindo na profundidade da cidade estão as nuvens.